Encantamento 4: Soneto da Cuca / Enchantement 4: Sonnet de la Croque
Lá onde a lua não tem mais
cara,
Lá, quando as crianças vão
dormir,
Lá, onde os telhados esbarram,
Lá, bem lá longe, vivia a
Cuca.
Com uma cara de mulher e um
Corpo de jacaré, lá vai
ela,
Amedrontando as crianças peraltas,
Nas noites cheias de pleno luar.
Pedrinho e Narizinho, na
sala com
Dona Benta, preparando o
jantar.
Um barulho! Cruz Credo!
Estrepolias no ar.
Vamos todos, lá no telhado,
para brincar,
E a Cuca já prestes a amedrontar,
Foi embora para dormir sete
anos sem penar.
© ana rossi
Là-bas, où la lune n’a plus de
visage,
Là-bas, lorsque les enfants
dorment,
Là-bas, où les toitures se
bousculent,
Lá-bas, bien loin, vivait
dame Croque.
Un visage de femme, dans un
Corps d’alligator, elle y va,
toujours,
Faisant peur aux p’tits et aux grands,
Que les bêtises folâtrent en tours grisonnants!
Pierrot et P’tit Nez, dans le
salon avec
Dame Blette, qui prépare un
grand dîner,
Du bruit ! Mon
Dieu ! Que des bêtises en jeu.
Allons-y tous, sur les toits
pour jouer,
Et alors, Dame Croque, prête à
faire peur,
Partit sans se fouler pour dormir sept années.
Ana, que belo poema-soneto de rimas indiretas e mágicas. Há tempos, já precisávamos de poemas que se remetem ao "conto maravilhoso". Digno de uma ilustração para um livro infantil.
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