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Affichage des messages du juillet, 2020

6 haikai

1.  jóia rara aos pés do pequizeiro estrela do dia 2.  a respiração do gato miau-miau sobe e desce 3.  a poeta lê millágrimas vêm a floresta é 4.  a secura vem adormecida sente tosses das lembranças 5.  água no tanque chá enluarado chuá chuá tem 6.  corpo lento vai andando andando traz mande notícias de lá 1.  rare bijou aux pieds du pequizier étoile du jour 2.  la respiration du chat miaou-miaou monte et descend 3.  la poète lit millarmes viennent la forêt est 4.  la sécheresse vient endormie elle sent toux des souvenirs 5.   l’eau du bac thé sous la lune chouá chouá vient 6.  corps lent vient elle marche elle marche des nouvelles de là-bas

onde foi que... / où est-ce que j'ai...

onde foi que... para Milton Nascimento, que canta “Caçador de mim” Este poema foi gestado em Brasilia, durante a pandemia, em junho de 2020, enquanto ouvia o nosso grande Milton Nascimento cantar “Caçador de mim”. onde foi que eu me encontrei eu me encontrei nos encontros eu me encontrei nas ausências eu me encontrei nas falas eu me encontrei nos silêncios eu me encontrei nas (in)decisões eu me encontrei nos risos eu me encontrei nos choros lagrimais eu me encontrei em mim onde foi que eu me encontrei eu me encontrei nas viagens que fiz eu me encontrei nas multidões que cruzei eu me encontrei nas bolhas de luz eu me encontrei nas esquinas eu me encontrei nas cidades que amo eu me encontrei nas bocas rudes eu me encontrei nos olhares tenros eu me encontrei na solidão de mim onde foi que eu me encontrei eu me encontrei nos continentes onde vivi eu me encontrei nas línguas que ouvi eu me encontrei nos amigos que fiz eu me en

de mim comigo mesma / de moi avec moi-même

Este poema foi gestado feito uma gravidez, durou muito tempo, muito mais que nove meses. E este poema fala de mim, dos meus movimentos internos, tão intensos. Também nasceu durante a pandemia, em Brasília. de mim comigo mesma olho e me vejo paisagens estranhas perspectivas abissais de mim comigo mesma sinto que o novo virá está ainda em gestação cuido dele com carinho de mim comigo mesma a criança olha e sou eu diante de um sol radiante olhos enxutos e molhados de mim comigo mesma o meu espaço se amplia minhas lágrimas surgem estou viva de mim comigo mesma me fortaleço no espaço interior façanha de mim mesma quantas Ana há de existir em mim? de mim comigo mesma desperto o novo em mim olho o sol sacudo a poeira e sigo de mim comigo mesma deixo ir e ficar com o que deve permanecer de mim comigo mesma *   *   *   *   *   Ce poème a été fait comme une grossesse. Il a duré longtemps, beaucoup plus que neuf