óculos embaçados / lunettes brouillées
Este poema nasce de uma sensação de felicidade imensa quando sai para passear ao sol em Brasília, durante a pandemia. óculos embaçados o dia lindo corre sem pesar o mundo palpável se apega a mim e no jardim do interesse eu me vejo minha imagem na água - não como narciso – há tantos narcisos... a minha imagem vem e de repente a nitidez corre pelas minhas veias óculos de sol meu hoje se transforma no meu hoje olho para além do que está olho e enxergo o que é o que está dentro de mim óculos de sol em dia de calor saio sozinha e comigo mesma no entanto a leveza da vida segue forte uma atriz em cena uma raiz profunda que emerge em mim óculos pretos em dia de sol o céu está lindo ele conversa comigo nas suas fases do meio e nisso sou reconhecida óculos pretos não embaçam (mais) minha visão Ce poème naît d’une sensation d’immense bonheur lorsque je suis sortie me promener au soleil à Brasili