ana-rossi_poesia

a noite cai lânguida no planalto central a plateia chega devagar as palhaças estão para chegar são muitas são várias são todas (des)organizadas (des)penteadas na cena em cena estão fora estão dentro de mim uma a uma elas chegam dizendo a quem vem brincando sorrindo gotas de canção a noite chegou elas chegaram estou aqui olhando estamos aqui olhando e participando homens e mulheres na senda do tempo rejuvenesço com o feminino dentro e fora de mim © ana rossi la nuit tombe doucereuse sur le planalto central le public arrive lentement les clownesses sont presque là elles sont plusieurs elles sont différentes elles sont toutes (dés)organisées (dé)coiffées en scène sur scène elles sont dehors et dedans de moi une à une elles arrivent pour dire qu’elles sont venues pour jouer pour sourire gouttes de chanson la nuit est arrivée elles sont arrivées je suis i

assistindo ao feminino em cena catálogos de mim visíveis colho parcelas em mim dentro e fora de mim assistindo a cena com o feminino sobrevoo parcelas de mim na imensidão a cena fala a cena ri as palhaças riem e eu rio também daqueles finos movimentos daquelas finas visões do meu feminino escondido lá dentro são muitas as vozes que tecem o meu feminino instantes pungentes na orla do tempo eu e o meu feminino sempre visto de fora sempre açoitado para longe agora fala de dentro de mim instantes que pulsam a minha energia revigorada sou eu aqui a cena lava estas passagens com alegria com sabor com afeição palhaças em cena © ana rossi assister au féminin en scène catalogues de moi visibles je cueille des parcelles à moi dedans et dehors en moi je regarde la scène avec le féminin je survole des parcelles de moi dans l’immensité la scène parle la scène rit les clown