Estampas Baratas, de Luiz Martins / Estampes Bon marché, Traduction Ana Rossi
I De letra em letra, uma linha; De linha em linha, uma quadra; De quadra em quadra, caminha A vida bem ladrilhada II Ser poeta é quase tino, Lida de escrever, fado. E quem lê tal desatino, Por certo ganha o que é dado. III E se a sorte, num presságio, Avisa, mora bem perto, Fortuna há pouco invisível. Tesouro, agora, entreaberto. IV Triste alegria a do verso: Sincero, fagueiro, carinho. Chora a criança no berço; Ri, no adeus, o velinho. V Nem tudo na vida é festa, Mas, de festa a vida é farta. Com festa é que a vida presta, A vida sem festa é farsa. VI Não que do vinho não venha, Como dizia o ditado, Verdade que se contenha, Senão, mentir é verdade. VII Ilusão que se definha, Bem cedo, a vida se gasta. Quem é sábio não se engana, Boa sina é a vida modesta. © Ana Rossi I De lettre à lettre, ligne De ligne en ligne, carré De carré en carré, chemine La vie bien quadrillée II Être poète est pr