estampas de 73 / estampes de 73

estampas escoam na minha mente
73 volta a ressoar
numa música longinqua
que (ainda) segue o meu caminhar

mas, desde então, a água rolou
muita coisa a mudar
nas minhas esferas
73 segue no meu caminhar

73 ano de minha morte
73 ano de meu nascimento
para a literatura
anos vividos em várias línguas
sintetizados hoje em português

e, na confluência dos dias
73 segue comigo
não mais como um inimigo
mas como uma parte de meu ser
na escritura


 © Ana Rossi

estampes éclosent dans ma mémoire
73 sonne à nouveau
une musique lointaine
qui accompagne (encore) mon pinceau

mais, depuis lors, de l’eau passa
tout changea
dans mes sphères
73 suit (encore) mon aura

73, année de ma mort
73, année de ma naissance
en littérature
des années vécues en plusieurs langues
synthèse aujourd’hui en portugais

et, dans la confluence des jours
73 m’accompagne
non plus comme un ennemi
mais comme une partie de mon être

refait dans l’écriture

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