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Affichage des messages du septembre, 2016

sopro / souffle

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no alento do sopro sopro e meio sopro dormido sopro sentido e depois de todos os sopros aprendo enfim a RESPIRAR no alento do sono sono e meio sono derradeiro aquele que não tem jeito de deixar para lá sono sentido e depois de todos os sonos aprendo enfim a DESCANSAR no alento da fusão fusão e meia fusão adormecida fusão sentida e depois de toda fusão aprendo enfim a ME AMAR   © ana rossi dans l’entrain du souffle souffle et demi souffle endormi souffle senti et après tous les souffles j’apprends enfin à SOUFFLER dans l’entrain du sommeil sommeil et demi sommeil fini celui qui veut pas s’en aller là-bas sommeil senti et après tous ces sommeils j’apprends enfin à REPOSER dans l’entrain de la fusion fusion et demie fusion endormie fusion sentie et après toute cette fusion j’apprends enfin à M'AIMER

implosão(ões) - viagem ao fim de mim mesma / implosion(s) - voyage au bout de moi-même

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a dor estilhaça envoltórios o meu ser flui com celeridade nas ondas mentais novamente criadas e deixo de lado a roupagem que não me serve mais a dor estilhaça envoltórios velhos, rasgados, detonados que não queremos largar no auge da ascensão, solidão os limites do céu se dilatam percorro horizontes inéditos viajo em mim mesma a mais longa das viagens (comigo mesma) a mais bonita delas a dor estilhaça envoltórios uma nova roupagem chega firme e forte na imensidão da vida os caminhos se renovam refazendo as minhas forças deixando de lado antigas situações de vitimização meu vôo alcança sossego e, sossegada, crio outros envoltórios em voos mais altos, mais felizes (comigo mesma) acariciando o meu destino que traço cada vez mais consciente a dor estilhaça envoltórios e, eu, abri a caixa de pandora e vi (vejo) aquilo que não são mais fantasmas apenas criações minhas que (re)conheço, desempoeirando os recônditos do

golfadas de vento / rafales de vent

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golfadas de vento engatinhando no meu ser  primo-vere se foram  primo-vere se vão  primo-vere virão  nas golfadas do tempo  corações em movimento  dínamo eletromagnético com lenço e com documento apraz-me esse tempo para mim (mesma)  tempo sem cobrança tempo como herança tempo como perdões tempo sem relento golfadas de vento cerrado em movimento  átomos células quantos quanta  imantação  por isso meu desejo se torna maior  na escansão da minha canção  em dilatação  © rene strehler rafales de vent engrenant dans mon être primo-vere s’en furent primo-vere s’en vont primo-vere s’en iront dans les rafales du temps coeurs en mouvement dynamo electromagnétique avec mouchoir et document m’anime ce temps pour moi (même) temps sans doléance temps comme héritage temps comme rémissions temps sans condensation rafales de vent cerrado en mouvement atomes cellules combien de quanta  aimantation

DA VIDA À PROFECIA, de Augusto Rodrigues / DE LA VIE À LA PROPHÉTIE, traduction de Ana Rossi

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era uma vez um homem simples por simples teve esposa teve filhos o homem, da vez, simplesmente, amou vivia sem perguntas, comum, sem complexo, nonada, conjugava ovelhas pastava verbos, guardados de divãs, era um homem qualquer numa estrada qualquer, sem peripécias, sem perguntas numa cidadezinha qualquer desassossegado, fez-se complexo e virou pulsão de erros comédia de eros fez-pulsão de morte, andante, matou o pai que era o pai se deitou com a esposa que era mãe, destinado, filiado, numa cidadezinha chamada athenas pulsão de cegueira: arrancar de incerto, esfíngico, na terra desolada hoje descansa em paz: sem desmedida revelação e pais.  © ana rossi il était une fois un homme simple par simple il eut femme et enfants l'homme, cette fois, simplement, aima il vivait sans questions, commun, sans complexe, sans rien, il conjuguait des brebis paissait des verbes, rangeur de divans, c'était un homme quelconque sur une route quel